quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Tudo é Possível


Sou dessa turma
desse DNA
desse planeta colorido
tentei dar uma cor ao planeta do Sim
mas, saquei que ele é colorido
o lugar do sim é vizinho do lugar do medo
só que um não olha pro outro
ou é sim ou é o medo
ou é você, você mesmo ou o medo
não somos o medo
o medo é um vizinho
não é a nossa casa, entende?

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

drummond - objetos de não-amor

Quero
Carlos Drummond de Andrade

Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.

Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
e no seguinte,
como sabê-lo?

Quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
pois ao não dizer: Eu te amo,
desmentes
apagas
teu amor por mim.

Exijo de ti o perene comunicado.
Não exijo senão isto,
isto sempre, isto cada vez mais.
Quero ser amado por e em tua palavra
nem sei de outra maneira a não ser esta
de reconhecer o dom amoroso,
a perfeita maneira de saber-se amado:
amor na raiz da palavra
e na sua emissão,
amor
saltando da língua nacional,
amor
feito som
vibração espacial.
No momento em que não me dizes:
Eu te amo,
inexoravelmente sei
que deixaste de amar-me,
que nunca me amastes antes.

Se não me disseres urgente repetido
Eu te amoamoamoamoamo,
verdade fulminante que acabas de desentranhar,
eu me precipito no caos,
essa coleção de objetos de não-amor.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

04 de outubro de 2010

Ah... saber se separar, o outro da gente
e não é egoísmo
é só pq é assim
eu, eu
vc, vc
longe, perto
frio , quente, doce, amargo
salgado, azedo ou podre
mas, é
e ponto.

difícil tarefa, árdua
mas, não impossível
pra nós mulheres requer
concentração
dedicação
desapego e uma dose de respeito pelo outro.


*inspiração: eu e Soledad

domingo, 3 de outubro de 2010

Forjando a Armadura - pós TPM

Forjando a Armadura




Rudolf Steiner




Nego-me a me submeter ao medo
que me tira a alegria de minha liberdade,
que não me deixa arriscar nada,
que me torna pequeno e mesquinho,

que me amarra.

Que não me deixa ser direto e franco,

que me persegue, que ocupa negativamente a minha imaginação,

que sempre pinta visões sombrias.


No entanto, não quero levantar barricadas por medo do medo.

Eu quero viver e não quero encerrar-me.

Não quero ser amigável por ter medo de ser sincero.

Quero pisar firme porque estou seguro,

e não para encobrir o medo.


E, quando me calo, quero faze-lo por amor

e não por temer as consequências de minhas palavras.


Não quero acreditar em algo só pelo medo de não acreditar.

Não quero filosofar por medo que algo possa atingir-me de perto.

Não quero dobrar-me só porque tenho medo de não ser amável.

Não quero impor algo aos outros pelo medo de que possam impor algo a mim.


Por medo de errar, não quero tornar-me inativo.

Não quero fugir de volta para o velho, o inaceitável,

por medo de não me sentir seguro no novo.


Não quero fazer-me de importante

porque tenho medo de que senão poderia ser ignorado.

Por convicção e amor, quero fazer o que faço

e deixar de fazer o que deixo de fazer.


Do medo quero arrancar o domínio e dá-lo ao amor.

E quero crer no reino que existe em mim.